-
Arquitetos: Arquitetura27
- Área: 120 m²
- Ano: 2019
-
Fotografias:Felipe Araujo, Camila Santos
-
Fabricantes: Cosentino, América Móveis, Arauco, Caris Soluções em Esquadrias, Catrinque Marcenaria, Coral, Debacco, Deca, Demuner Marcenaria, Elettromec, Grill Chef, Madeiras Ecológicas, Maneco Quindere, Matias Brotas Arte Contemporânea, Pedra de Minas, Rusimar Brumol, Sollos, Stampa, Viminas, iluminar
Descrição enviada pela equipe de projeto. Um refúgio de 120 m² com uma sala de estar, adega, cozinha contemplativa e um quintal. O nome do ambiente carrega sua essência, Re.canto (do eu), elaborado para ser um espaço de conexão.
Um “esconderijo descoberto”, de portas abertas aos de espírito livre que buscam se transformar, se reinventar. As obras de arte de artistas contemporâneos conceituados compõem a decoração e se contrapõem ao estilo modernista do artista Dionísio del Santo.
No mobiliário, a mesma dinâmica de misturar o contemporâneo, como a mesa Amorfa do arquiteto Arthur Casas, com as poltronas Ouro Preto, originais de Jorge Zalszupim e a poltrona MP41 original da Lafer. A ressignificação de objetos também está presente, o Escritório acredita que casas precisam contar a história de seus usuários.
A sala de estar possui poucos revestimento valorizando cada material escolhido. O uso do Pau Ferro da Arauco evoca o passado e a sofisticação do design brasileiro, forrando a parede de fundo e o teto, criando um único bloco. O teto inclinado intensifica a noção de abrigo, diminuindo aos poucos o pé direito de 4,5m. Nas paredes laterais foram utilizadas telas de proteção que trouxeram uma textura inusitada e intensificaram os simbolismos do projeto, paredes de proteção. Toda a marcenaria, incluindo a grande estante, utiliza a mesma lâmina. Na estante, livros permeiam obras de arte e objetos cheios de memórias e afetos. Dentre eles, o relógio de parede antigo ao lado de um olho, uma composição quase surrealista.
A adega é um ambiente íntimo e lúdico. O espaço possui teto e paredes em espelho onde flutua a escultura "Le Vita 07", do Estudio Manus. No piso, a sombra da obra é projetada sobre os cacos de pedra sabão. A pedra sabão é utilizada nos puxadores Seixo desenhados pelo Escritório, no banco de água da área externa e também na escultura de peixe feita por artesãos mineiros que flutua nas águas. No deck optou-se pela madeira ecológica de tom acinzentado.
Entre a sala e a varanda utilizou-se esquadrias de PVC que possibilita uma grande integração entre a sala e o espaço externo. Junto às portas de correr foram instalados brises verticais em madeira permitindo um espaço mais ou menos iluminado.
Na cozinha contemplativa, a grande copa da árvore abraça a mesa, um tampo de jaqueira envelhecido pelo tempo junto à ilha de cocção em Dekton, ambas protegidas pela cobertura de vidro laminado. As folhas das árvores funcionam como um filtro natural permitindo que raios solares cheguem de forma delicada e agradável. A bancada de trabalho feita dentro de um pórtico de pedra sabão mantém a constância no uso de materiais.
A natureza se conecta à arquitetura, um paisagismo afetuoso e funcional com horta e um quintal de grama idealizado pela paisagista Sinthia Ferrari junto ao arquitetura27. Mais ao fundo o banco de água se mistura ao mar e aponta para o infinito. A escultura de José Carlos Vilar equilibra a linearidade da água com a árvore sombreando uma rede contemplativa que paira no ar.